Botecos se tornam ponto de encontro entre amigos
Tomar uma cerveja, comer um aperitivo ou só bater papo com os amigos. São inúmeros os motivos que levam as pessoas a saírem de casa“Seu garçom faça o favor
de me trazer depressa
Uma boa média que
não seja requentada
Um pão bem quente
com manteiga à beça
Um guardanapo e um
copo d’água bem gelada...”
A Conversa de Botequim geralmente começa assim e acaba se transformando em uma amizade duradoura. É o que confirma Lucas Klas, proprietário do Boteco da Visconde. A ideia começou a ganhar forma quando sentiu necessidade de um local mais tranquilo para poder reunir os amigos. Distante do circuito de bares, que se concentram na região central, o Boteco da Visconde possui características muito peculiares desde o atendimento, a decoração e o cardápio.
Klas conta que trabalhou durante um ano até conseguir deixar o espaço como imaginava. “Queria mesclar o moderno e o antigo, preservando e resgatando as características dos botequins antigos”, comenta. Outro objetivo que permeia a proposta é proporcionar um ambiente mais sossegado e aconchegante, para encontro dos amigos. “Fugir do agito. O Boteco é um lugar típico para happy hour”, fala o proprietário.
Proposta bem aceita até agora, segundo ele. “Estamos recendo gente nova todos os dias, eles vêm conhecer o espaço e acabam ficando”, diz. “Além dos ‘clientes da casa’, já cativos, que tem seu dia certo de vir ao bar”, diz. Em relação à faixa etária, Klas comenta que há clientes de todas as idades. “Recebo jovens, casais, famílias inteiras, inclusive com crianças e também idosos, que se reúnem com os amigos aqui. É um público bem variado”, fala.
Uma das peculiaridades do boteco é a decoração. Repleto de objetos antigos, fotografias da família e camisas de times de futebol, o boteco tem também uma mesa, com cadeiras, copos e latas presa ao teto. “Eu pensei em todos os detalhes daqui. Até as mesas e bancos fui eu quem fez”, comenta orgulhoso Lucas Klas.
Sobre os objetos, ele conta que alguns são de família. “Alguns ganhei de amigos, outros comprei”, explica. Sobre isso, ele conta que a ideia que começou sem pretensão nenhuma acabou virando coleção. “Já recebi propostas de vender muitos objetos daqui, mas não faço porque cada um deles tem uma história”, diz.
A ligação com a decoração do espaço está tão forte que, com freqüência, ele vai até o ferro velho para garimpar mais objetos para incrementar o boteco. “O interessante é que isso está passando para meus amigos também, para os frequentadores do bar. Alguns têm colaborado, trazendo objetos que tem em casa ou que ganharam de alguém”, fala. Entre todos os objetos que compõem a decoração do boteco, um é especial. “O chapéu de palha”, conta. “Ele foi do meu avô, ficou de recordação para mim. Ele foi uma pessoa muito especial na minha vida”, diz.
Outro destaque do Boteco da Visconde é a gastronomia. São vários petiscos. Camarão, frutos do mar, bolinho de bacalhau. “Mas os mais pedidos são o bolinho caipira, feito com pernil e paleta suína, e a linguiça em metro”, revela. Ele conta que os produtos são muito apreciados porque seu fornecedor também tem tradição na cidade. “Utilizamos os produtos do Açougue do Adi, com mais de 40 anos de tradição em Ponta Grossa”, fala. Segundo ele, a parceria tem dado muito certo. No sábado, além dos aperitivos, há a tradicional feijoada, servida na hora do almoço.
O proprietário comenta que não imaginava que a aceitação seria tão positiva. “As pessoas procuram lugares mais calmos, mais tranquilos, para se distrair e conversar”, diz. No começo, o empresário diz que ficou receoso por ser um estabelecimento em bairro, fora do circuito tradicional. “Mas o Boteco da Visconde está sendo muito comentado. Várias pessoas chegam aqui contando que receberam indicação de amigos. Estou surpreso e satisfeito com os resultados”, diz. Lucas aproveita para avisar aos clientes que não trabalha com cartão no momento. “Estamos fechando algumas parcerias e acreditamos que dentro de dois meses, já tenhamos as máquinas”, explica.
O Boteco da Visconde funciona de terça a sexta-feira, das 18 às 23h30 e sábado, o dia todo, na Rua Visconde de Sinimbú, 383, São José.
